sábado, 3 de maio de 2014

Aécio, o senador abduzido

Por Fernando Castilho

Não nos enganemos. Dilma está despencando nas pesquisas, e Aécio, o Senador que desapareceu do Senado (será que foi abduzido?), sem esforço nenhum próprio, sem plano de governo, e até com muito sono, vem subindo.

É o que revela a última pesquisa Sensus publicada pela revista IstoÉ.

Alguém dirá que a pesquisa foi manipulada. E foi mesmo. O fato de ter usado cartões em ordem alfabética invés de cartão circular, induz o entrevistado a optar pelo primeiro nome que vir. Mas o quadro, embora não tendo essas cores tão fortes, é preocupante para o país. Por que para o país? Leia até o fim.


Embora todos saibamos que a grande mídia atinge diretamente somente uma parcela pequena da população, ela está sabendo muito bem atingir, de forma indireta, outras camadas. Para aqueles que lêem os jornalões, há todo dia um novo ''escândalo'' do Governo ou de alguém do PT (na base do ''se não tem escândalo, a gente fabrica''). E para os que passam na frente de uma banca de jornais, manchetes em letras garrafais, mesmo que o artigo em si nem sempre corresponda ao que a manchete diz.

Quanto à TV, o Jornal Nacional é pródigo em dedicar mais da metade de seu tempo com críticas ao Governo. Mesmo que as pessoas, ansiosas pelo capítulo da novela, não estejam tão ligadas no que o Bonner fala, alguma coisa acaba entrando pelo ouvido e se alojando num cantinho da memória.

E todo o dia é a mesma coisa. Análises econômicas a martelar que o país está a beira de um precipício, que a Petrobrás faliu. Fujamos para as montanhas! 
Me lembra muito um filme - cujo nome não me lembro – em que alguém dentro de um cinema, para escapar da polícia, começa a gritar ''FOGO!'' ''FOGO!''. Todo mundo sai correndo acreditando que há um incêndio, e o cara escapa.

E embora nem tudo esteja às mil maravilhas, a verdade é que a economia vai bem sim. O economista premiado com o Nobel Paul Krugman defende essa tese, desmentindo os urubus de plantão, Míriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg.

O Brasil acaba de se tornar a 7ª economia do mundo, à frente de Reino Unido e Itália, por exemplo.
A Petrobrás bate recordes em cima de recordes.
O índice de desemprego é um dos menores do mundo, e tem batido recordes históricos. Há uma situação de pleno emprego.
Onde está a crise?

O que parece difícil de acreditar é o por que dessa nova tendência detectada pela pesquisa. Entender como a opinião das pessoas vai mudando em função da lavagem cerebral levada a efeito pela mídia.

Foram entrevistadas 2000 pessoas de 136 municípios. Mas quem são essas pessoas?
São, principalmente, da assim chamada nova classe média.

Vamos a alguns dados divulgados pelo site Vozes da nova Classe Média: (para maiores informações acesse aqui)

Na última década, o perfil socioeconômico do país mudou – e muito. A principal novidade foi o fortalecimento da classe C, composta por famílias que têm uma renda mensal domiciliar total (somando todas as fontes) entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00.

Não se pode dizer que o país tenha mudado da noite para o dia. A modificação resulta de múltiplos fatores, da estabilização de preços às mudanças demográficas, da educação ao mercado de trabalho.

Os 94,9 milhões de brasileiros que compõem a nova classe média corresponde a 50,5% da população – ela é dominante do ponto de vista eleitoral e do ponto de vista econômico. Detêm 46,24% do poder de compra (dados 2009) e supera as classes A e B (44,12%) e D e E (9,65%). (Marcelo Neri)

79% da nova classe média confiam mais nas recomendações de parentes que na propaganda da TV.

Em 2009 a classe C foi responsável por 881 bilhões de reais dos gastos com consumo – a maior fatia do total de 2,2 trilhões do País. Só na área de educação, com pagamento de escola, material escolar e livros, o consumo foi de 15,7 bilhões (em 2002 esse consumo foi de 1,8 bilhão!)

Segundo pesquisa da Fractal, a nova classe média deseja cultivar respeito próprio (99,2%), ser respeitada pelos outros (99,1%), ter segurança para viver (99,1%), desfrutar da vida (98,5%), sentir que alcançou as aspirações (98,2%).

Até poucos anos atrás, depois de quitadas as contas do mês, essas pessoas não tinham um centavo sobrando para consumir mais do que os itens da cesta básica. Hoje, colecionam sapatos, têm acesso à tecnologia e frequentam faculdades. Tudo isso graças a mudanças profundas na economia brasileira que elevaram a renda dos brasileiros. Nos últimos sete anos, essa camada da população teve um aumento superior a 40% em sua renda familiar, que hoje vai de R$ 1,1 mil a R$ 4,5 mil. Esse aumento já injetou na economia mais R$ 100 bilhões desde 2002.

O crescimento econômico brasileiro beneficiou tanto os setores superiores e privilegiados quanto os populares. Mas o crescimento mais dinâmico veio da "parte de baixo" da sociedade brasileira, o que mostra o efeito positivo para todos – inclusive para os setores privilegiados que ganham (e muito) com o novo quadro econômico – de políticas simples como o Bolsa Família e o microcrédito. O desafio para a transformação efetiva da "pirâmide" em "losango", onde as camadas médias, pelo menos quanto à renda, são maiores que as de baixo e as de cima, implica manter aumentos reais do salário mínimo e aprofundar a política social. (Jessé de Souza)

Percebem o quanto foram importantes estes últimos dez anos de conquistas para os trabalhadores? E quanto isso foi importante para o país?

Mas, essa nova classe média não está percebendo que ela ascendeu socialmente graças às políticas de combate à desigualdade social implementadas pelos Governo Lula e Dilma?
Se não percebe, de quem é a culpa?
Ora, do próprio Governo e também do PT. Lula lembrou isso em sua entrevista aos blogueiros.

Enquanto Dilma dormia em berço esplêndido, com confortáveis 43%, não teve a percepção de que o inimigo das causas sociais avançava pouco a pouco.
A Secom que deveria criar formas de informar ao povo sobre as realizações do Governo, não o fez, limitando-se a manter publicidade nos veículos da mídia.
A própria Petrobrás mantinha seu blog desatualizado.

Agora Dilma acordou. Falou a Nação no 1º de Maio, muito mais com o coração e emoção do que com sua velha e chata postura técnica que fazia com que muitos desligassem a TV.

Dilma começou a falar mais também em inaugurações e na entrega de casas do Programa Minha Casa Minha Vida. Quase como Lula.
Acho que atrás dessa pesquisa Sensus, virão outras de resultado semelhante, mas há muito tempo ainda antes das eleições.

A abertura da Copa, que considero extremamente estratégica (se a festa tiver organização a nível das outras copas) pode elevar Dilma de novo nas pesquisas.

Além disso, o horário eleitoral fará uma grande diferença, pois ela terá muito a mostrar, ao passo que seu principal concorrente, o senador que desapareceu do Senado, não terá propostas a apresentar (a não ser o rebaixamento do salário mínimo) , limitando-se a atacá-la, tão somente.

O que já começou a fazer, ao participar do ataque grotesco à Dilma, efetuado pelo Paulinho da Força no 1º de Maio.

Tancredo Neves há de puxar o pé do neto de madrugada.

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