sábado, 6 de dezembro de 2014

Serra: ''Eu vou contar uma coisa pesada. Eu sabotei o trem-bala.''

Por Fernando Castilho

Sabotador
O camarote de José Serra andava meio parado, esquecido, não frequentado. 

Embora tenha sido eleito senador, menos por seus méritos e mais por causa do anti-petismo que ronda o Estado de São Paulo, rejeitando até Eduardo Suplicy, político nota 10, Serra tem ultimamente perdido seu protagonismo dentro do PSDB para o neotroglodita Aécio Neves e o neopolítico mineiro, Geraldo Alckmin.

Para agregar algum valor ao camarote, o tucano confessou a um grupo de neotucanos, que fez uma coisa pesada: sabotou o projeto do trem-bala brasileiro. Leia a matéria completa aqui

O fato teria acontecido quando ele era governador de São Paulo e Dilma Rousseff, ministra de minas e energia do governo Lula.
Não se sabe se Serra jogou para uma plateia de impeachloides, ávidos por ouvir críticas ao PT (afinal, se as pessoas vão ao seu camarote por causa da champanhe francesa, é champanhe francesa que você tem que servir), ou se ele, a exemplo de FHC, já está demonstrando sintomas de senilidade.

O tucano afirmou que pediu a Luciano Coutinho, então presidente do BNDES que incluísse no estudo de viabilidade técnica, a inclusão de Campinas na rota do trem, sabendo que isso atrasaria substancialmente o projeto.

Por que Serra teria feito isso? Segundo ele porque o projeto é uma loucura.

Para os tucanos, acostumados a pensar pequeno, todo grande projeto é uma loucura.

Fosse Serra presidente, não teríamos tido a Copa do Mundo, a transposição do Rio São Francisco, a usina de Belo Monte (estaríamos fadados a sofrer blecaute como nos tempos de FHC), a ponte sobre o Rio Negro, a exploração do pré-sal, etc., etc.. A Petrobrás já estaria nas mãos de um felissíssimo dono.

Os tucanos nunca quiseram que o Brasil se tornasse um grande país. Administram como prefeitos de cidadezinhas do interior. Preferem construir coretos em praças. Coretos que saem bem caros...

Mas não pensem que não fazendo obras, renunciam a seu apetite voraz por propinas e doações para campanhas. O metrô de São Paulo é um exemplo disso. Não sai do papel, não avança, mas mesmo assim as empreiteiras faturam muito e dão polpudas percentagens aos tucanos de alta plumagem, como ele próprio, Robson Marinho, conselheiro do TCE de São Paulo e demais. Reparem que as propinas da Alstom e da Siemens se deram mais por altíssimo custo de reformas de trens do que expansão da rede. Outro exemplo é a despoluição do Tietê que atravessa governos tucanos já há 20 anos, enchendo o bolso de empreiteiros e de políticos.

Serra, se falou a verdade, revelou que acha que só ele sabe o que é bom para o país, a ponto de privar-nos de nosso trem-bala. É como Deus.

Depois dessa revelação, fico imaginando quantas e quantas vezes e há quanto tempo os tucanos vêm sabotando os governos do PT. Sabotando o país. Sabotando o povo brasileiro.

A sabotagem aos interesses de uma nação, em qualquer país civilizado do mundo, é crime de traição e tem que ser investigado e punido. Alô alô, Ministério Público!

Serra criticou ainda o modo petista de governar. Disse que o partido não sabe eleger prioridades.

Ora, justamente o partido que tirou 36 milhões de brasileiros da linha de pobreza, que, mesmo em meio a uma crise econômica mundial, reduziu o desemprego a números nunca vistos na história, aumentou o salário mínimo e segurou a inflação dentro da meta? O que teria feito o PSDB? Já tivemos dois governos federais tucanos. Sabemos que sempre que houve crise, a corda rebentou no lado dos mais fracos.

O tucano chamou o PT de partido bolchevique sem utopia. Está claro que ele quis agradar a plateia composta de impeachloides. Só faltou usar o termo ''bolivariano''. Faz parte do enredo para o ato do golpe.

Sobre corrupção, o tucano se disse abismado. FHC está envergonhado, Aécio está espumando de raiva, Aloysio Nunes comparece a passeatas pedindo a volta da ditadura. Que santos, não?

Disse que a corrupção se transformou em método de governo. Ele bem sabe que corrupção como método de governo faz parte do modo tucano de governar. Em cada prefeitura ou estado governado pelo PSDB, as obras, geralmente viadutos, pontezinhas e alargamentos de avenidas (nada de obras grandiosas), não são contratadas pela sua importância ou necessidade, mas sim porque a empreiteira sugere.

Por fim, a última frase, confissão de mais um crime: "Se vocês olharem aqui a gestão mais recente (do PT), da Marta Suplicy na Prefeitura, qual foi a obra mais importante? Os túneis dos Jardins, que devem custar em dinheiro atual R$ 1,5 bilhão, que, aliás, eu não paguei. Alguém aqui pode se horrorizar, mas nós demos calote nessa dívida."

Ele fez uma coisa pesada. Agregou ou não agregou valor ao camarote?








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