sábado, 16 de abril de 2016

Sem chances de golpe, mas todos às ruas!

Por Fernando Castilho


Imagem: Neto Sampaio


Confesso que vivi para ver o deputado Paulo Maluf, aos 84 anos de idade, livre, leve e solto, votar pelo impeachment de Dilma Rousseff. Sambou na cara de todos os brasileiros.



Amanhã acontece a votação do impeachment (nome técnico para golpe) no plenário da Câmara.

As evidências de que os golpistas serão derrotados, são várias.

A grande mídia que vinha noticiando a vitória de Cunha e seus asseclas como favas contadas, recuou e já afoga as lágrimas. Contavam exatamente com os necessários 342 votos mas a ausência da deputada Clarissa Garotinho que anunciou que faltará devido a problemas com sua gravidez e do deputado Waldir Maranhão do PP foram o banho de água fria em seus propósitos.

As manifestações pela Democracia e contra o golpe que acontecem por todo o país e que no domingo atingirão seu ápice com um índice de participação colossal, vem assustando aqueles deputados cuja única preocupação são suas bases eleitorais. Mas é importantíssimo que não nos desmobilizemos. A onda democrática só faz crescer e crescer.

Mas vejam o emblemático caso do deputado Waldir Maranhão. Ele é professor universitário e seus colegas de academia juntamente com seus alunos e ex-alunos lhe cobraram: o que que é isso professor? Virou golpista?

Então ele teve que recuar.

Os jornais sempre omitiram dos leitores o fato de que a oposição precisa ter 342 votos, ou seja, se algum deputado pró golpe faltar, bau bau.

E faltarão vários, justamente porque preferirão não proferir seu voto nominal em alto e bom som, o que, além de definir um lado, mostrarão a seus eleitores estar do lado errado.

Só o bando do Cunha tem presença garantida no domingo, uma vez que sua prioridade agora é a queda de Dilma que poderá lhes dar um fôlego em sua sobrevivência, já que respondem a vários processos ou foram citados na Lava Jato.

Não haverá golpe e a Democracia sairá vitoriosa, mas várias máculas ficaram na recente História do Brasil.

Não há como aceitar, dentro do pensamento racional, mas só dentro do pensamento surreal, um processo de impeachment de uma presidenta sem crimes cometidos, movido por um bandido comprovado que ainda não foi preso por covardia ou conveniência do STF.

Mas confio que já na próxima semana, após o fim da aventura do golpe, Cunha será preso. Tem que ser.

Mais ainda.

Durante os anos de chumbo, Paulo Maluf, seja na prefeitura de São Paulo, seja no governo estadual, transfigurou a cidade de São Paulo que tinha vocação para ser uma Paris dos trópicos. Não foi, e pior, Maluf, sob o beneplácito de seus sempre fieis eleitores, roubou o quanto pode, principalmente através de obras super-faturadas patrocinadas pelas mesmas empreiteiras da Lava Jato, que faziam o planejamento urbano da cidade.

Confesso que vivi para ver o deputado Paulo Maluf, aos 84 anos de idade, livre, leve e solto, votar pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Sambou na cara de todos os brasileiros.

Mas não haverá golpe. E isso me basta.

Além de preservada a Democracia, sambar na cara da dupla Temer e Cunha não terá preço.

Bom domingo!


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